Anteontem assisti ao filme "Braveheart" (Coração Valente) de Mel Gibson, um dos preferidos do meu amigo Rafael. Como só o tinha visto uma vez há muito tempo, resolvi repetir a dose. Quando terminou, fiquei atônito. O filme é realmente maravilhoso.
Para aqueles que não o conhecem, é um filme sobre William Wallace, um escocês que desafiou a Inglaterra para obter a independência do seu país. Essa história mostra um homem que acreditava em um ideal, a Liberdade, e fez de tudo para que esse sonho se tornasse realidade. Mostra a degradação do poder vigente na Escócia, com nobres fracos e corruptos, sem nenhum compromisso com seu país, vendendo sua lealdade ao rei Edward "Longshanks" I. O único nobre com alguma reserva moral era Robert the Bruce, candidato mais provável para trono; o único problema é que era facilmente manipulado por seu pai, que queria sua família no trono da Escócia a qualquer custo.
É nesse panorama que aparece William Wallace, um escocês da vila de Elerslie, que se revolta contra a opressão inglesa, exterminando a guarnição da sua vila, incitando outras vilas a repetirem seus atos. Torna-se rapidamente um ídolo, pois teve coragem de fazer o que todos desejavam - lutar pela liberdade.
A inteligência, a determinação e a fúria de Wallace transformaram-no em uma lenda enquanto vivia. Em um dado momento do filme, em uma conversa com Sir Robert, Wallace diz que Bruce era quem deveria estar comandando a rebelião e que ele o seguiria. Wallace mostra seu desejo de viver em paz e construir uma família, porém fez o que era necessário, colocando seu dever, sua responsabilidade acima de seus desejos.
A cena, entretanto, que mais me comoveu foi a cena final, a cena de sua tortura e morte. Wallace é arrastado pelas ruas de Londres e é vaiado e agredido pelos residentes até o palanque de tortura. Foi torturado de diversas maneiras para, num primeiro momento, deleite da platéia e, depois, compaixão, quando o juiz, os residentes de Londres e até seus amigos praticamente imploravam para que Wallace pedisse misericórdia ("mercy"), mas Wallace, plenamente consciente da dor que estava sentindo (pois recusou-se a tomar o entorpecente) e agüentando com bravura sobre-humana tal provação, só tinha uma palavra para todos: "FREEDOM"
De tempos em tempos, quando o mundo está pervertido e à beira de uma catástrofe, Vishnu, o Preservador, personifica-se para evitar a destruição do Dharma. Acredito que William Wallace (numa escala menor que Krishna) possa ter sido um desses Avatares.
Estamos vivendo em um momento de opressão terrível. Os cidadãos honestos e justos são cada vez mais onerados com impostos sem retorno evidente, legislação repressora e criminalidade crescente, enquanto vêem os bandidos e ladrões tornando-se cada vez mais influentes, poderosos e ricos. Os pais perderam a liberdade de educar os filhos, pois podem infringir leis de "proteção" às crianças e aos adolescentes; os homens perderam a liberdade de não guerrear, pois o serviço militar é obrigatório (graças à Revolução Francesa); os negros perderam a liberdade de crescer por seu próprio esforço, pois foram considerados incapazes (lei de cotas); as pessoas perderam a liberdade de resolverem seus próprios assuntos, pois o Estado é o supremo árbitro de todas as questões (materiais, espirituais, intelectuais...), banindo as relações humanas; perdemos até a liberdade de expressão, pois não sabemos que tipo de retaliação sofreremos (v. o blog do Reinaldo Azevedo). Somente mantemos parte da nossa liberdade de pensamento porque, apesar de anos e anos de doutrinação, acredito que haja salvação. Se eu consegui escapar de uma parte dessa manipulação, acredito que todos hão de conseguir; basta querer.
Temos que reivindicar esse direito, direito primeiro e fundamental para sermos humanos. O dom mais precioso que temos é o chamado "livre-arbítrio", a capacidade de decidir o que queremos para nós. Essa é uma reivindicação que deve ser para nós como foi para o grande herói e mártir escocês. Defendida com unhas e dentes; até o fim das nossas vidas.
Para aqueles que não o conhecem, é um filme sobre William Wallace, um escocês que desafiou a Inglaterra para obter a independência do seu país. Essa história mostra um homem que acreditava em um ideal, a Liberdade, e fez de tudo para que esse sonho se tornasse realidade. Mostra a degradação do poder vigente na Escócia, com nobres fracos e corruptos, sem nenhum compromisso com seu país, vendendo sua lealdade ao rei Edward "Longshanks" I. O único nobre com alguma reserva moral era Robert the Bruce, candidato mais provável para trono; o único problema é que era facilmente manipulado por seu pai, que queria sua família no trono da Escócia a qualquer custo.
É nesse panorama que aparece William Wallace, um escocês da vila de Elerslie, que se revolta contra a opressão inglesa, exterminando a guarnição da sua vila, incitando outras vilas a repetirem seus atos. Torna-se rapidamente um ídolo, pois teve coragem de fazer o que todos desejavam - lutar pela liberdade.
A inteligência, a determinação e a fúria de Wallace transformaram-no em uma lenda enquanto vivia. Em um dado momento do filme, em uma conversa com Sir Robert, Wallace diz que Bruce era quem deveria estar comandando a rebelião e que ele o seguiria. Wallace mostra seu desejo de viver em paz e construir uma família, porém fez o que era necessário, colocando seu dever, sua responsabilidade acima de seus desejos.
A cena, entretanto, que mais me comoveu foi a cena final, a cena de sua tortura e morte. Wallace é arrastado pelas ruas de Londres e é vaiado e agredido pelos residentes até o palanque de tortura. Foi torturado de diversas maneiras para, num primeiro momento, deleite da platéia e, depois, compaixão, quando o juiz, os residentes de Londres e até seus amigos praticamente imploravam para que Wallace pedisse misericórdia ("mercy"), mas Wallace, plenamente consciente da dor que estava sentindo (pois recusou-se a tomar o entorpecente) e agüentando com bravura sobre-humana tal provação, só tinha uma palavra para todos: "FREEDOM"
De tempos em tempos, quando o mundo está pervertido e à beira de uma catástrofe, Vishnu, o Preservador, personifica-se para evitar a destruição do Dharma. Acredito que William Wallace (numa escala menor que Krishna) possa ter sido um desses Avatares.
Estamos vivendo em um momento de opressão terrível. Os cidadãos honestos e justos são cada vez mais onerados com impostos sem retorno evidente, legislação repressora e criminalidade crescente, enquanto vêem os bandidos e ladrões tornando-se cada vez mais influentes, poderosos e ricos. Os pais perderam a liberdade de educar os filhos, pois podem infringir leis de "proteção" às crianças e aos adolescentes; os homens perderam a liberdade de não guerrear, pois o serviço militar é obrigatório (graças à Revolução Francesa); os negros perderam a liberdade de crescer por seu próprio esforço, pois foram considerados incapazes (lei de cotas); as pessoas perderam a liberdade de resolverem seus próprios assuntos, pois o Estado é o supremo árbitro de todas as questões (materiais, espirituais, intelectuais...), banindo as relações humanas; perdemos até a liberdade de expressão, pois não sabemos que tipo de retaliação sofreremos (v. o blog do Reinaldo Azevedo). Somente mantemos parte da nossa liberdade de pensamento porque, apesar de anos e anos de doutrinação, acredito que haja salvação. Se eu consegui escapar de uma parte dessa manipulação, acredito que todos hão de conseguir; basta querer.
Temos que reivindicar esse direito, direito primeiro e fundamental para sermos humanos. O dom mais precioso que temos é o chamado "livre-arbítrio", a capacidade de decidir o que queremos para nós. Essa é uma reivindicação que deve ser para nós como foi para o grande herói e mártir escocês. Defendida com unhas e dentes; até o fim das nossas vidas.
9 comentários:
Na minha opinião, esse é o melhor texto do blog. Não porque você me citou ;), ou porque tratou de um tema que me comove, mas por qualidade implícita. Senti que escreveu fervente, com valentia. Espero que continue brindando seus leitores com esse tipo de manifestação.
Abração!
Meu comentário se resume em uma palavra:
FREEDOM!
Primo, adorei seu texto.
Fiquei impressionada com a forma com que você escreveu. Com certeza um texto digno de publicação!
Você condensou em seu texto elementos essenciais que conseguiu extrair deste filme, mas aproveito a oportunidade para sugerir que o vejamos mais uma vez, pois considero que ainda não esgotamos tudo de valor que ele pode oferecer aos nossos entendimentos.
Oi, Marcelo,
Nós ainda não fomos apresentados, mas sou amiga do Rafa, da Nayla e do Rapha. E sou filha do Olavo de Carvalho. Também sei que você tem um projeto de estudos junto com o Rafa e o Rapha! :)
Quanto ao filme, eu assisti há um tempo atrás. Nem lembro direito da história, hehe. Só lembro que gostei bastante. :P
Assistirei novamente e depois comento com você, ok?
Beijos!
Espero ansiosamente por isso Leilah.
Olá, Marcelo!!!!Desculpe a demora!
Parabéns, você está escrevendo muito bem, continue! (Mas quero te provocar!!! Podemos depois discutir um pouco o livre arbítrio do Wallace... Será que ele não tinha uma missão? Ainda mais com a história do Vishnu? Vc sabe que eu acredito em livre arbítrio...)Beijos!
Obrigado! É bom saber que a minha escrita é apreciada (ainda mais por uma professora de Português).
Estou ansioso por discutir essas questões, pois tenho sempre em mente o engrandecimento intelecto-espiritual. ;)
Podemos marcar mais uma reunião, né? Com pãezinhos de queijo e tudo! ^^
Beijos!
Seu texto está excelente, como é de se esperar. Não me surpreendo com a qualidade superior dos seus argumentos e com a concissão deles até a conclusão final. Preciso rever esse filme também. Quem sabe eu também possa fazer alguns comentários.
Grande abraço!
Ah sim.
Escute Iron Madein - The Clansman
E grite bastante:
- FREEDOM!!!
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